Publicado em 08/06/2025
Se o seu protesto pode ser patrocinado, então não é um protesto, é branding, é marketing. Vamos ser diretos, esse papo de “tudo vira merchandising” é só conversinha para não sermos criativos e escaparmos da mercantilização dos nossos sonhos e lutas.
Em meio a ataques e perseguição mundo afora às pessoas trans, o maior "protesto" LGBT do mundo decidiu que a sua pauta será sobre “Envelhecer LGBT+”. Nada contra o tema, até porque quem poderia ser contra? Talvez seja esse o problema. Enquanto pessoas trans são pisadas pelo cisfascismo americano e a obsessão patologizante do CFM, o movimento LGBT decide ignorar esse contexto e falar de algo que só insensíveis seriam contra. Que covardia esconderem-se atrás dos nossos ancestrais.
Com a capacidade de mobilizar milhões de pessoas, a Parada se abstém de expor a situação das pessoas trans no mundo e no Brasil. Me pergunto por quê? Falando diretamente de política assim não daria para encher o vídeo de divulgação da parada com todos os patrocinadores sedentos por ganhar mais dinheiro em cima da gente? Ou tem gente achando que as marcas amam nossas causas?
Mas vamos ver o saldo de 2025 para ver se não estou delirando?
A lista é longa e eu só peguei alguns dos principais marcos num período de 6 meses em 2025. Como não estamos preocupades? Somos muito radicais por estarmos vendo um avanço contra nossa existência e chamando atenção para fazermos mais sobre isso? Ou o movimento LGBT se tornou radicalmente pró-capitalista ao ponto de não ter mais a coragem de brigar com as big techs, o CFM e os cishetero fascistas? Mais fácil soltarem a mão das pessoas trans, né?
Precisamos de menos patrocínios e mais mobilização relevante, uma frente para enfrentar o avanço tecnofascista sobre os corpos trans e queer.
Queremos menos capitalismo colorido e mais libertação queer. Iremos lembrar todos que se qualquer um de nós cair, os próximos serão vocês, não achem que a assimilação lhes deixarão seguros.
Bash back!
Revide revide revide!